Regina Vater
Regina Vater já havia digitalizado parte da sua obra em um processo promovido por seu marido Bill Lundberg. Entretanto, a artista teve interesse no cotejamento de suas obras com as das demais artistas contemporâneas a ela. Em uma reunião meticulosa do acervo da artista, a galerista Jaqueline Martins esforçou-se para que a parcela não digitalizada das obras de imagem em movimento fosse contemplada pelo BFVPP e contribuiu para a digitalização de material bruto registrado no período abrangido pelo projeto, de forma que a nova obra seja realizada sob um outro olhar que relaciona os tempos e espaços. Obras em vídeo e película farão parte do dossiê da artista organizado pelo BFVPP.
Filmes e vídeos
Os filmes e vídeos de Regina Vater capturados em super-8 e em rolo magnético aberto de 1/4 de polegada em câmera Portapack foram digitalizados em 2006 por Bill Lundberg — parte deles em parceria com a artista — e estão aqui disponíveis através de sua página pessoal.
 

 

 

 

 

 

 

 
Luxo lixo
1973–1974
videoinstalação, 16'30", cor, sonoro
Inspirado no poema homônimo de Augusto de Campos, este audiovisual foi produzido por Regina Vater nos anos 1973 e 1974, durante sua primeira estada em Nova York. A produção do áudio contou com a colaboração do artista Hélio Oiticica.
Conselhos de uma lagarta — parte 1
1976
super-8, 15’, cor, sonoro
Instalação composta de dois filmes que são projetados em duas paredes paralelas e opostas uma da outra. Um deles é silencioso, constituído apenas por uma grande sequência de olhos que observam o filme projetado na parede em frente que, por sua vez, exibe imagens que a artista filmou de si mesma durante o período de meio ano, lendo trechos do capítulo “Conselhos de uma lagarta” do livro Alice no país das maravilhas.
Conselhos de uma lagarta — parte 2
1976
vídeo, 14’53’’, cor, sonoro
Instalação composta de dois filmes que são projetados em duas paredes paralelas e opostas uma da outra. Um deles é silencioso, constituído apenas por uma grande sequência de olhos que observam o filme projetado na parede em frente que, por sua vez, exibe imagens que a artista filmou de si mesma durante o período de meio ano, lendo trechos do capítulo “Conselhos de uma lagarta” do livro Alice no país das maravilhas.
ARTropophagy
1978
vídeo, 1’5”, cor, mudo
Parte da série ART, o vídeo segue a proposta das fotografias da mesma série, em que a artista propõe um processo de desmistificação do ato de fazer arte.
As time goes by
1978–1979
super-8, 11’39”, cor, mudo
Filme editado a metro; todas as cenas têm exatamente a mesma metragem. Obra filmada na Argentina.
Rio to Oiticica
1979
vídeo, 10'24'', cor, sonoro
Uma homenagem a Hélio Oiticica, com quem a artista visitou a comunidade da Mangueira, no Rio de Janeiro, para filmar as cenas que compõem esta obra.
VideoART
1978
vídeo, 25", cor, mudo
A palavra ART é escrita na areia e, logo depois, é apagada pelas ondas. Câmera de Lygia Pape.
Difusão
Os vídeos restaurados estão diponíveis em:
Eletronic Arts Intermix
Para consulta no acervo da Electronic Arts Intermix, em Nova Iorque, agende e informe a lista dos títulos de interesse através do email info@eai.org ou por telefone (212) 337-0680.
Regina Vater
Regina Maria da Motta Vater (Rio de Janeiro, RJ, 1943).

Artista intermídia, ilustradora, desenhista, pintora, fotógrafa. Uma das pioneiras na arte relacionada com a ecologia, parte de suas obras faz referências a cosmologias indígenas e africanas. Sua arte abrange instalações (mais de 300, desde 1970), livros de artista (como designer e artista conceitual), poesia visual, fotografia e filmagens experimentais, atividades exercidas desde 1973. Foi uma das primeiras artistas brasileiras a trabalhar com vídeo e performance nos anos de 1974 e 1975.
Estuda desenho e pintura no ateliê de Frank Schaeffer (1917–2008), entre 1958 e 1962, e com Iberê Camargo (1914–1994), de 1962 até 1965, no Rio de Janeiro. No início da década de 1960, ingressa na Faculdade Nacional de Arquitetura, atual Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro — FAU/UFRJ, onde permanece até 1964, quando interrompe os estudos. Nesse ano, apresenta sua primeira exposição individual, na Galeria Alpendre, Rio de Janeiro.
No início dos anos 1970, muda-se para São Paulo e atua como assistente de direção nas agências de publicidade DPZ e MPM. Em 1972, ganha o prêmio de viagem ao exterior, concedido pela União Nacional de Arte Moderna, e vai pela primeira vez para Nova York, onde mantém contato e realiza trabalho com Hélio Oiticica (1937–1980). Realiza exposição individual em Nova York, na Galeria do Bleeker Cinema em 1975.
De volta ao Brasil, faz curso de filme super-8 na Escola Griffe, em São Paulo. Organiza, em 1979, na Nobé Gallery, “Contemporary Brazilian Works on Paper: 49 artists”, a primeira exposição de arte contemporânea e experimental brasileira em Nova York. Como bolsista da Fundação Guggenheim, retorna a Nova York em 1980 para desenvolver pesquisas sobre instalações, iniciadas na década anterior. Em 1983, edita um número da revista Flue, publicada pelo Franklin Furnance Archives, dedicado à arte experimental produzida na América Latina. Três anos depois, passa a viver em Austin, Estados Unidos, com o marido, também artista, Bill Lundberg (1942).
Os trabalhos de Regina Vater fazem parte de importantes coleções, como: MoMA (Nova York), Bibliothèque Nationale (Paris), Sammlung Verbund Collection (Viena), Blanton Museum of Art (Austin, EUA), San Antonio Museum of Art (Texas, EUA), ArtPace Foundation (San Antonio, EUA), Latin America Collection of the University of Essex (Inglaterra), Marvin and Ruth Sackner Visual Poetry Archives (Miami), Long Beach Museum of Art (Los Angeles), CAYC – Centro de Artes Y Comunicación (Buenos Aires), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro), Museu de Arte Moderna (São Paulo), Museu de Arte Contemporânea – USP (São Paulo) e Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro).

Filmografia
Nós (1973)
vídeo, 4'43'', cor, sonoro Detalhes
Luxo lixo (1973–1974)
videoinstalação, 16'30", cor, sonoro Detalhes
Conselhos de uma lagarta — parte 1 (1976)
Super-8, 15’, cor, sonoro Detalhes
Conselhos de uma lagarta — parte 2 (1976)
vídeo, 14’53’’, cor, sonoro Detalhes
ARTropophagy (1978)
vídeo, 1’5”, cor, mudo Detalhes
VideoART (1978)
vídeo, 25", cor, mudo Detalhes
As time goes by (1978–1979)
super-8, 11’39”, cor, mudo Detalhes
Watching time (1979)
vídeo, 3’ Detalhes
Rio to Oiticica (1979)
vídeo, 10'24'', cor, sonoro Detalhes
ComPANion Cage (1979)
vídeo (fotogramas Super 8), 3'26'', cor, sonoro Detalhes
The end (1981–1982)
vídeo, 11’26’’, cor, sonoro Detalhes
Where here (1981–1982)
vídeo, 4’ Detalhes
Windows (1981–1983)
vídeo, 5’ Detalhes
Salva dor (1983)
Super-8, 3’, cor, sonoro Detalhes
Vide (o) dolorido (1983)
vídeo/vídeoinstalação, PB, sonoro Detalhes
Saudades do Brasil (1984)
super-8, 25' 27", cor, sonoro Detalhes
Oxum (1984–2017)
super-8, 5’26”, cor, mudo Detalhes
Love spaces (1985)
Super-8, 6’39”, cor, sonoro Detalhes
Turning the sadness inside out (1985)
Super-8, 19’13”, cor, sonoro Detalhes
Dog barking at the moon (1986)
vídeo, 1’23”, cor, sonoro Detalhes
Frame of mind (1986)
vídeo, 34”, cor, mudo Detalhes
Meltdown (1986)
vídeo, 6’, cor, sonoro Detalhes
To travel is necessary (1987)
vídeo, 2’44”, cor, sonoro Detalhes
Tupi or not tupi or Brazil’s trail (1988)
vídeo, 56’44”, cor, sonoro Detalhes
Homo sapiens (1989)
vídeo, 6’8”, cor, sonoro Detalhes
I have killed the deer (1991)
vídeo, 5’25”, cor, sonoro Detalhes
Agua (1993)
vídeo, 15’56”, cor, sonoro Detalhes
Naturaleza still alive (1996)
vídeo, 5’39”, cor, sonoro Detalhes
A árvore de mel (2003)
vídeo, 3’12”, cor, mudo Detalhes
Sounds good (2003)
vídeo, 13’56”, cor, mudo Detalhes
59catches (2006)
vídeo, 1’, cor, sonoro Detalhes
Pindorama (2006)
vídeo, 16’, cor, sonoro Detalhes
Made in Brazil (2008)
vídeo, 9’7”, cor, sonoro Detalhes
Pá Trô Pí (2010)
vídeo, 3’, cor, sonoro Detalhes
Todo dia que agonia (2010)
vídeo, 2’45”, cor, sonoro Detalhes
Passarim (2010)
vídeo, 2’43”, cor, sonoro Detalhes
Garfadas (2011–2012)
vídeo, 7’46”, cor, sonoro Detalhes
Sonho de uma noite de verão (2017)
vídeo, 7’, cor, sonoro Detalhes
Making Of