Regina Silveira
Com a catalogação superorganizada e meticulosa de documentações correlatas e as cópias digitais das obras da década de 1970 e 1980, prospectadas pelo Brazilian Film and Video Preservation, a artista integra de forma generosa o projeto, num esforço de colaboração para a percepção de conjunto das iniciativas da videoarte no Brasil, nas diferentes ações provocadas por Walter Zanini.
Vídeos
Os vídeos de Regina Silveira, capturados em rolo magnético aberto de 1/4 de polegada em câmera Portapack, estão aqui disponíveis digitalmente através do site pessoal da artista. O trabalho de transferência para suporte digital se deu nos anos 1980, devido às "cópias piratas" preservadas por colecionadores e estudiosos, como o professor Arlindo Machado. As migrações em diversas tecnologias de obras audiovisuais eletrônicas e, por fim, digitais foram possíveis, dentre outras pessoas, graças ao então diretor do MAC USP, Tadeu Chiarelli; Juliana Serre e ao professor do Massachusetts Institute of Technology — MIT, Antoni Muntadas, que cedeu seu estúdio em Barcelona.
 

 

 

 
Objetoculto
1976
vídeo, 55”, PB, sem som
Objetoculto foi realizado como fresta — um recorte retangular, em papelão preto, sobre um aparelho de televisão, para espiar fragmentos de uma narrativa incompreensível.
Campo
1977
vídeo, 2’25”, PB, sem som
Uma ação simples, de tomada única e sem edição, de um gesto de percorrer, continuamente e com a ponta de um dedo, os limites e as linhas imaginárias — meridianas e diagonais — implicadas na dimensionalidade do próprio monitor de vídeo.
Artifício
1977
vídeo, 1’19”, PB, sem som
O vídeo mostra a palavra “ARTIFÍCIO” escrita com letras aplicadas (Letraset) sobre um fundo de adesivo transparente (fita adesiva), recortado em finas linhas paralelas. A palavra vai se desconstruindo na medida em que as faixas recortadas com letras superpostas são retiradas.
Videologia
1978
vídeo, 2’22”, PB, sem som
Grava a ação de uma mão que aplica revelador sobre uma chapa de offset pré-sensibilizada, previamente exposta à luz, para gravar a imagem em silhueta de um revólver, que só aparece com clareza quando a chapa passa pelo processo de entintagem.
A arte de desenhar
1980
vídeo, 2’32”, cor, sonoro
Este vídeo, segundo a artista, é uma lição mal-educada de desenho. São suas todas aquelas mãos — tanto as silhuetadas como as que procuram imitar o gesto representado na silhueta — com a intenção irônica de introduzir uma marca pessoal em obras gráficas que há muito haviam deixado de ser feitas “à mão”.
Morfas
1981
vídeo, 6’53”, cor, sonoro
Neste vídeo, objetos se deslocam sequencialmente, em loop, diante de uma câmera fixa muito aproximada, ao ponto de torná-los quase irreconhecíveis e de produzir um efeito de espacialidade curva. O desfile de objetos se faz ao ritmo de uma sonoridade composta por sílabas repetitivas, equivalente a um mantra.
Difusão
Os vídeos restaurados estão diponíveis em:
Site Regina Silveira
Para mais informações e detalhes acerca da trajetória artística de Regina Silveira e para acesso a seus vídeos, recomendamos a visita ao seu site pessoal.
Regina Silveira
Regina Silveira (Porto Alegre, 1939).

Graduada em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS (1959), com mestrado e doutorado na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo — USP, Brasil. Foi professora no Instituto de Artes da UFRGS (1964–1969), na Universidad de Puerto Rico (1969–1973), na Fundação Armando Alvares Penteado — FAAP, São Paulo (1973–1985) e leciona na Escola de Comunicação e Artes, USP, desde 1974.
A artista participou de várias bienais, como Bienal de São Paulo (1981, 1983, 1998, 2021), Bienal Internacional de Curitiba (2013, 2015), Bienal do Mercosul (2001, 2011), Porto Alegre, Brasil; Bienal de La Habana, Cuba (1986, 1998 e 2015); Mediations Biennale, Poznan, Polônia (2012); VI Bienal de Taipei, Taiwan, (2006); II Trienal de Setouchi, Japão (2016).

Algumas de suas exposições coletivas mais recentes incluem “Walking through Walls”, Martin
Gropius Bau, Berlim, Alemanha, 2019; “Die Macht der Vervielfältigung”, Leipziger Baumwollspinnerei, Leipzig, Alemanha, 2019; “Radical Women: Latin American Art, 1960–1985”, Hammer Museum, Los Angeles, EUA, 2017.

Suas últimas exposições individuais são: “Regina Silveira: outros Paradoxos”, Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP), São Paulo, Brasil, 2021; “Limiares”, Paço das Artes, São Paulo, Brasil 2020; “Up there”, Farol Santander, São Paulo, Brasil, 2019; “Exit”, Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), São Paulo, Brasil, 2018; “Unrealized / NãoFeito”, Alexander Gray Associates, Nova York, EUA, 2019; “Todas as escadas”, Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2018.

Recebeu, entre outros prêmios: Prêmio Masp (2013), Prêmio APCA pela trajetória (2011) e Prêmio Fundação Bunge (2009). A artista também recebeu bolsas da Fundação John Simon Guggenheim (1990), Fundação Pollock-Krasner (1993) e Fundação Fulbright (1994).
Seu trabalho está representado em muitas coleções públicas, tanto no Brasil quanto no exterior, como Colômbia, Estados Unidos, Canadá, Taiwan e Espanha.

Filmografia
Objetoculto (1976)
vídeo, 55", PB, sonoro Detalhes
Campo (1976)
vídeo, 2’25”, PB, sonoro Detalhes
Artifício (1977)
vídeo, 1’13”, PB, som Detalhes
Videologia (1978)
vídeo, 2’22”, PB, sem som Detalhes
A arte de desenhar (1980)
vídeo, 2’32”, cor, sonoro Detalhes
Morfas (1981)
vídeo, 6’53”, PB, sonoro Detalhes
Lunar (2003)
videoinstalação edição: 1/6 em loop Detalhes
Mil e um dias (2007/2011)
vídeo, 11’15” edição: 1/3 Detalhes
Passeio selvagem — São Paulo (2009)
animação digital, projeção a laser Detalhes
Limiar (2015)
vídeo, 6’, cor, sonoro edição: 1/6 Detalhes
Una vez más (2015)
vídeo, 29’58”, cor, sonoro Detalhes
Borders (2018)
ambiente imersivo em realidade virtual, placas de linóleo e LED Detalhes
Making Of