Em Made in Brasil, organizado por Arlindo Machado (São Paulo: Itaú Cultural; Iluminuras, 2007), Anna Bella Geiger declara: “[…] uma relação entre três elementos: fardos de jornal espalhados pelo chão; a primeira página de jornais locais diários, pendurada por ordem cronológica ocupando todo o espaço ao redor, cujo teor das notícias se altera pela interferência da imagem impressa de Rrose Sélavy. São três monitores para um só vídeo, que vai se desacelerando, e em câmera lenta se vê que está sendo impressa em serigrafia a imagem de Rrose e, sobre ela, os quase mapas, camuflagens”.
Em Anna Bella Geiger: territórios, passagens, situações (Rio de Janeiro: Casa da Palavra; Anima Produções Culturais, 2007), o organizador do livro, Adolfo Montejo Navas diz: “Maços de jornais com uma impressão caleidoscópica — de manchas-camuflagem — juntam-se a uma imagem andrógina de Marcel Duchamp que serve para ampliar o jogo encontrado e provocado de notícias e arte. A colagem da imagem do dadaísta francês Marcel Duchamp feita por Man Ray, as manchas gráficas e os próprios jornais como suporte se armam como num jogo de disfarces, espelhando-se em metáforas e metonímias críticas. […] A metáfora da impressão é percorrida de ponta a ponta pelo jogo da arte, com a sua exploração de movimentos […]”.