O tronco da artista, sentada diante de uma mesa, pode ser observado no segundo vídeo dessa série. À sua frente e mais próximo do espectador, quase como se estivesse a vazar para o lado externo da projeção, uma panela, dois pratos, uma garrafa e uma xícara. Ao fundo, uma televisão exatamente na altura de sua cabeça. Com o auxílio do som e da observação da TV que é tão protagonista quanto seu corpo, notamos que é exibido Tarzan, seriado norte-americano da década de 1960. Tão logo percebemos se tratar desse seriado sobre o homem que vive entre os animais no meio de uma floresta, Sonia Andrade rejeita os talheres e se põe a comer utilizando as mãos. A cabeça da artista está muito próxima à tela que exibe Tarzan e além dessa espécie de colagem de imagens, há uma sobreposição de comportamento. Da segurança da superfície de um prato, a comida é transferida para o seu rosto e membros. E daí, ela é lançada sobre a lente da câmera, impossibilitando a própria fruição do espectador.